sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013
sábado, 16 de fevereiro de 2013
Conheça as dietas mais estranhas da história...
Há uma longa história de "dietas milagrosas", que
a historiadora Louise Foxcroft descreve em seu livro "Calorias e
Espartilhos:
Uma História da Dieta através de 2 mil anos", ainda sem
versão em português.
"A prática da dieta na Antiguidade era vista como uma
forma de melhorar a saúde física e mental. As pessoas realmente pegaram um
gosto por essas dietas ditas milagrosas no século 19. Foi durante esse tempo
que começou a haver uma preocupação excessiva com a estética e, assim, a
indústria do regime explodiu", explica Foxcroft.
Outra marca registrada dessas chamadas dietas milagrosas é
que elas sempre estiveram associadas com as celebridades.
O boom da indústria da dieta também foi facilitado pelo
crescimento no número de celebridades, dos meios de comunicação e dos novos
medicamentos, acrescenta Foxcroft.
Portanto, quais são as dietas milagrosas mais estranhas e
prejudiciais à saúde da história?
Mastigue e salive bastante
Na virada do século 20, o norte-americano Horace Fletcher
popularizou a ideia de que uma das maneiras mais efetivas de perder peso era
mastigar e cuspir bastante.
O fletcherismo, como foi chamado seu processo de
emagrecimento, dizia que as pessoas deveriam mastigar a comida até todas as
calorias fossem "extraídas" e depois cuspir o material fibroso que
restou.
Fletcher detalhava minuciosamente quantas mastigadas a pessoa
tinha de dar para cada tipo de comida. Segundo ele, um determinado tipo de
alho, por exemplo, teria de ser mastigado em torno de 700 vezes.
Por mais estranha que pudesse parecer, a dieta tornou-se
bastante popular e atraiu vários seguidores famosos, como os escritores Henry
James e Franz Kafka.
Segundo Foxcroft, o regime chegava ao ponto de cronometrar
os jantares de modo que as pessoas mastigassem a comida.
"A dieta também previa que seu seguidor defecaria
apenas uma vez a cada duas semanas e que seu cocô não teria odor. Pelo
contrário, as fezes teriam um odor similar a 'biscoitos recém-tirados do
forno'", diz.
"Fletcher carregava uma amostra de suas próprias fezes
com ele para ilustrar o feito de sua dieta", acrescenta.
Dieta dos vermes
Também no início do século passado, uma dieta inusitada fez
enorme sucesso. O regime previa a ingestão de tênias (ou solitárias) para
emagrecer.
A cantora de ópera Maria Callas teria sido uma das
celebridades daquela época a ter comido parasitas para perder peso.
As pessoas que seguiam essa dieta deveriam ingerir ovos dos
parasitas, frequentemente em forma de pílulas. A teoria baseava-se na ideia de
que tão logo as tênias atingissem a maturidade no intestino dos pacientes,
absorveriam a comida, dando início ao processo de emagrecimento, por vezes,
acompanhado de diarreia e vômito.
Uma vez que o usuário atingisse o peso desejado, tomaria uma
pílula para matar os parasitas que, no melhor dos casos, morreriam.
A pessoa teria, então, de excretá-los, o que poderia causar
complicações no abdômen e no reto.
O regime era arriscado em vários sentidos. Não apenas o
parasita poderia crescer em até 9 metros de comprimento dentro do corpo do
seguidor da dieta, como também poderia provocar inúmeras doenças, como dores de
cabeça, problemas oftalmológicos, meningite, epilepsia e demência.
"Durante o século 19, a dieta tornou-se um grande
negócio", diz a historiadora Annie Gray, especializada em nutrição.
"A publicidade ficou cada vez mais sofisticada, com mais e mais produtos
dietéticos sendo colocados à venda."
Arsênico
Remédios, pílulas de emagrecimento e "poções
mágicas" tornaram-se um grande negócio no século 19. Mas tais medicamentos
normalmente continham ingredientes perigosos, incluindo arsênico e estricnina.
"Eles foram alardeados como aceleradores do
metabolismo, tal qual as anfetaminas," diz Foxcroft.
Apesar de a quantidade de arsênico nas pílulas ser pequena,
era também muito perigosa.
Não eram raras as vezes em que os seguidores dessa dieta
tomavam uma dosagem acima da recomendada para perder peso mais rápido, morrendo
por envenenamento.
Além disso, o arsênico nem sempre aparecia na bula como um
dos ingredientes do remédio, o que fazia com que as pessoas desconhecessem o
que estavam tomando.
"Não havia muito controle sobre a venda de tais venenos
naquela época e qualquer um podia obtê-los para todos os fins", diz
Foxcroft.
"Isso propiciou o surgimento de falsos médicos, que se
diziam especialistas em dietas para promover e vender tais produtos. Muitas
pessoas caíam nesse 'milagre de cura'," acrescenta a historiadora.
Vinagre
As dietas de celebridades são mais antigas do se pensa. Lord
Byron foi um dos primeiros ícones desse tipo de regime e ajudou a dar o pontapé
na obsessão pública sobre como os famosos perdem peso.
Como as celebridades de hoje em dia, o poeta britânico
trabalhava duro para manter a cintura. No início de 1800, ele popularizou um
tipo de dieta que consistia majoritariamente na ingestão de vinagre.
A proposta desse regime era de que, para limpar o organismo
das impurezas, a pessoa precisaria beber vinagre diariamente e comer batatas
embebidas no líquido. Os efeitos colaterais incluíam vômito e diarreia.
Por causa da imensa influência cultural de Byron, havia
muita preocupação sobre o efeito da dieta na juventude daquela época.
Isso porque muitos escritores acabaram restringindo-se à
alimentação composta por vinagre e arroz para tentar chegar ao estilo e à
palidez de Byron.
"Muitas de nossas meninas estão vivendo sua
adolescência em semi-jejum," escreveu um crítico daquela época.
No início do século 19, os padrões de alimentação também se
tornaram mais prescritivos, como a maneira de sentar-se à mesa ou promover um
jantar, diz Gray.
"Isso fez com que as pessoas começassem a se preocupar
com o seu físico. A Rainha Vitória, da Inglaterra, por exemplo, vivia
aterrorizada com seu peso."
Borracha
Em meados de 1800, o norte-americano Charles Goodyear
descobriu como melhorar a borracha além de seu estado natural por meio de um
processo conhecido como 'vulcanização'.
Com a Revolução Industrial e a produção em massa, o uso da
borracha foi, de repente, expandido maciçamente.
A partir daí, foram fabricantes aos milhares ceroulas e
espartilhos feitos do material.
A ideia era de que a borracha disfarçaria o excesso de peso,
mas, mais importante, esquentaria o usuário, fazendo-o suar e, eventualmente,
perder peso.
Tais peças de roupa eram usadas tanto por homens quanto por
mulheres, diz Foxcroft.
"Naquela época, todo o tipo de roupa e tratamento era
anunciado como uma maneira de perder peso", completa Gray.
A dieta durou até a Segunda Guerra Mundial, quando a
borracha passou a ser empregada exclusivamente no confronto.
Fonte: Diário da Saúde
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013
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